É
necessário distinguir dois aspectos importantes na evangelização no que tange a
diferença entre Querigma e catequese. Dois métodos que foram muito
utilizados por Jesus.
O Querigma e
a catequese foram utilizados por Jesus por dois meios: A Pregação e o
Ensino. Na pregação Jesus despertava nos corações o desejo de conhecer o reino
e mostrou as condições básicas para entrar nele. No ensino, Jesus procurou
fortalecer as convicções interiores, dando critérios de vida e ensinando
valores para a vida das pessoas. Sendo assim se faz necessário esclarecer as
diferenças entre: Pregar e Ensinar.
A-
PREGAÇÃO E ENSINO
Pregar
está relacionado com o primeiro anúncio, com o conteúdo querigmático; Jesus
encarnado, morto, ressuscitado e glorificado. Ensinar está relacionado com a
catequese, modo sistemático de transmitir a fé. O Ensino é, pois, um conteúdo
voltado para o desenvolvimento e o conhecimento doutrinário e teológico e
também os valores que regerão as relações entre irmãos.
A Pregação é o primeiro anúncio, o Ensino é a continuidade. A Pregação
(anúncio) é o despertar da fé; o Ensino é o viver da fé. O Anúncio é ser
inebriado do Amor de Deus; o Ensino é viver o Amor de Deus. A Pregação é a
tomada de consciência do pecado; o Ensino nos leva a combater o pecado. A
Pregação nos leva a Deus; o ensino nos faz ir aos irmãos. Portanto, Pregar é
anunciar o Querigma e Ensinar é Catequizar.
A vida nos
é dada graças à fé com que respondemos ao anúncio querigmático, mas a vida em
abundância alcança sua plenitude graças à catequese vivida com fé. Apesar de
ser distinta, uma precisa da outra. O Querigma é à base da construção e a
Catequese o restante da obra.
Não
adianta ensinar e depois anunciar. Seria como dar alimento aos mortos e os
mortos não precisam de alimento, precisam ressuscitar nascer de novo, ter vida.
O 1º anúncio dá a vida, a catequese alimenta.
Exemplos de Querigma e catequese na bíblia:
-
Querigmáticos: Mc 8,27-30; Jo 3,1-8
-
Catequéticos: Lc 6,27-31; Mt 5,21-26
-
Querigmáticos e Catequéticos: Mt 4,23; Lc 11, 27-28
B)
PREGAÇÃO E PALESTRA
Basicamente,
a diferença está em quem a realiza, pois a pregação é quando falamos daquilo
que vivemos, e a palestra é quando falamos daquilo que aprendemos ou ouvimos dizer.
A pregação
é tornar viva a Palavra de Deus no meio do povo, toda pregação deve girar em
torno da Palavra (Bíblia), por que se não estaremos falando o que pensamos,
isso é ideologia, então estaremos fazendo uma palestra, e não uma pregação.
Deus nos dá uma ordem através de São Paulo: “... prega a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, repreende,
ameaça, exorta com toda paciência e emprenho de instruir." (II Tim 4,2.)
Normalmente
pregamos a Palavra, e a explicamos de modo que todos os presentes possam
entendê-la e senti-la, pois Deus realiza suas maravilhas através dela. E também
sempre utilizamos testemunhos que presenciamos, a fim de que todos possam
sentir que realmente Deus opera nos nossos tempos.
Podemos
ver facilmente no Novo Testamento sempre que havia um Pregador pregando a
Palavra de Deus, muitos sinais, e muita conversão aconteciam. Sendo assim
podemos entender que a pregação vem sempre seguida de sinais, já a palestra é
menos fervorosa, e normalmente é formada de coisas mais humanas do que
celestiais.
Outro
detalhe que confundimos muito, é que pensamos que a pregação deve acontecer
somente quando temos uma assembléia reunida, um ministério de música montado,
som, cadeiras, e tudo mais. Não. A pregação acontece todas as vezes que usamos
a palavra de Deus para ensinar, repreender, corrigir e para formar (cf. II Tim 3,16.).
Temos que fazer cada vez mais pregações ao invés (somente) de palestras, pois, todos os pregadores devem viver o que prega, e pregar o que vive, mas tudo isso na Palavra de Deus.