Em Jeremias 1,4-10 se
destaca quatro pontos importantes com o profeta no momento de seu chamado: Escolha
(vv.4-6); Nomeação (vv.7-8b); Consagração (vv.9-10a) e Missão (v.10b).
Na escolha a Palavra do Senhor é dirigida ao profeta
não como simplesmente um meio de comunicação e sim como força criativa e alimento.
É como um mapa para seguir a jornada de nossa vida.
Existe, dessa forma, um plano de Deus sobre a vida do profeta e de cada
um, mergulhado no coração de Deus. O conhecimento que Deus tem para nós está na
intensidade do se amor. Ele conhece só o
que Ele ama, e o que Ele ama existe.
Por isso, “Antes que no seio fosse formado, eu já te
conhecia. Antes que você fosse dado a luz, eu o
consagrei, para fazer de você profeta das nações”. (ver.
5). Antes de ser criado, Deus nos conhecia e nos desejava. Para partilhar
conosco sua vida. Para realizar em nós sua presença.
Enviando Jesus e nos enviando no mundo, não só como conhecidos, mas
consagrados, para uma tarefa sagrada,
somos colocados à disposição de Deus. Ele nos quer fazer profetas
das nações.
E o que é ser Profeta? É ser realizador da presença misteriosa e amorosa
de Deus.
Diante disso podemos achar que não podemos ou não conseguimos, fazemos
igual ao profeta Jeremias: “Mas eu respondi:
Ah, Senhor Javé, eu não sei falar, porque sou uma criança”. (ver
6). Consideramo-nos como uma criança, com a percepção da fraqueza e
os limites de si mesmo, tornando assim um empecilho para missão, um argumento
que buscamos para não seguir a missão.
No
versículo 7, “Javé, porem disse: Não diga sou uma criança, porque você irá
para aqueles a quem eu o mandar e anunciará aquilo que eu lhe ordenar”, Ele
faz a nomeação (nomear despachar alguém
para exercer um cargo), Deus não aceita outro e insiste: a iniciativa
pertence a mim, sou eu que te envio, é
você que eu quero enviar.
A pessoa chamada não escolhe o caminho, o recebe e
o trilha em obediência à fé. É Deus que
coloca no caminho dos chamados aqueles que Ele deseja fazer encontrar. O Profeta não tem coisas próprias a dizer
e a anunciar. Ele não vai por sua conta e nem em seu nome, é em nome de Deus
que ele vai.
Por isso o Senhor diz: “Não tenha medo deles, pois eu estou com você para protege-lo” (ver 8). Eis a fonte da
serenidade e da certeza: a Presença de
Deus.
O terceiro momento de destaque é o da Consagração: “Então Javé estendeu a mão, tocou em minha
boca e me disse: Veja: estou colocando minhas palavras em sua boca”
(ver 9). Ao estender
e impor as mãos, é o gesto de transmissão do poder sagrado. “Hoje eu te estabeleço você sobre nações e
reinos” (ver 10).
Isto é, confio a você o ministério da Palavra, confio a você
a missão de profeta.
Por fim o quarto momento, a missão (É o ato de
enviar; incumbência; É algo que é confiado a alguém para ser executado). De ir
conforme o pedido de Jesus em Mateus 28,19-20.
O programa não é fácil, mas Deus confiou ao
profeta, e confia agora à Igreja. Ele confia em nós, por isso Ele nos escolheu,
nomeou, consagrou.
A vocação é um imenso dom de Deus e a resposta deve
ser fruto de profundo amor a Jesus e aos irmãos, no servir, no “topar a parada”,
para arrancar e arrasar, para demolir e destruir, para construir e plantar.