1 – CONSIDERAÇÕES
Uma vez que a mensagem foi selecionada
e sabemos qual objetivo precisamos atingir, devemos, então, elaborar um plano,
estabelecendo uma estratégia que nos permita chegar ao que nos propomos. Isso é
o que significa organizar a pregação.
Uma
mensagem, mesmo sendo muito boa, se desvirtua, se não está bem organizada, isto
é, ela se perde numa pregação desorganizada. A organização da mensagem é como a
tática que se deve seguir para ganhar uma partida de futebol. Pode-se jogar
somente dando pontapés na bola; porém, as equipes que conquistam o título são
as que têm as melhores estratégias. Um bom técnico encontra o lugar de cada
jogador e integra sua equipe com os melhores elementos, que se entendem uns com
os outros. Portanto, “chutar” elementos, sem o mínimo de organização, não
produz efeito nenhum.
Existem
diversas maneiras de se organizar uma pregação. Adotaremos a divisão clássica:
exórdio, desenvolvimento e conclusão.
1º) O Exórdio:
a)
Introdução: tem como objetivo animar o auditório para ouvir o que irá ser
pregado. Visa captar a atenção de todos e fazer com que se sintam privilegiados
por estarem ali.
b)
Motivação inicial: é a exposição geral do tema a ser pregado. Pode ser feita
através de uma citação bíblica, não devendo ser longa. Deve conter um plano
abrangente da pregação com três idéias, no máximo, para evitar dispersão e
confusão.
2º) O Desenvolvimento:
É o corpo da pregação, sua parte mais
longa. Nesta parte da pregação, as idéias expostas anteriormente são
trabalhadas uma a uma, buscando formar um “todo” compreensível ao auditório.
Compõe-se de:
a) Enunciado: continuidade da motivação inicial.
Deve conter de forma precisa e breve toda a mensagem que se quer dar.
b) Argumentação: explicação do que se deseja, alinhando
argumentos que confirmam a mensagem, argumentos esses bíblicos, teológicos,
filosóficos e vivenciais.
c) Aplicação: é a parte que valoriza a mensagem,
pois o pregador inclui o auditório na pregação que está fazendo. A aplicação
deve familiarizar, socializar, eclesializar e personalizar, levando a pregação
a se “encarnar” na vida dos presentes, tornando-se próxima de cada ouvinte.
Deve conter exemplos que tornam possível o que se fala (encaixa-se aqui o
testemunho pessoal).
3º) A Conclusão:
Muitas vezes uma pregação é salva por
uma boa conclusão. Ela compõe-se de:
a) Resumo: reúne os temas pregados dando uma
visão geral. Deve ser o “gancho” para o imperativo.
b) Imperativo: exortação final que contém: desafio,
exortação e chamamento. Deve provocar uma atitude do auditório em relação ao
que se pregou.
c) Oração final: feita na orientação do imperativo para
que a Palavra seja eficaz já naquele momento. Pode-se pedir atitudes concretas.
É Deus quem age.
2 – A INSPIRAÇÃO
Considerando-se que a pregação é um
mistério sobrenatural, deve-se contar com a graça de Deus para realizá-la.
A
inspiração (unção) se traduz na vida interior do pregador, por isso, ele deve
estar atento ao sopro do Espírito e erguer suas velas nessa direção. O pregador
não deve caminhar além daquilo que foi preparado, rezado e inspirado.
“Também
eu, irmãos, quando fui ter convosco, não fui com o prestígio da eloqüência nem
da sabedoria anunciar-vos o testemunho de Deus. Julguei não dever saber coisa
alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. A minha
palavra e a minha pregação longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria;
era, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino, pra que vossa fé
não baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1 Cor 2,1-5).