ARAUTOS DA SALVAÇÃO - Ai de mim se não evangelizar

TEMA 10: COMO ORGANIZAR A PREGAÇÃO

1 – CONSIDERAÇÕES
              Uma vez que a mensagem foi selecionada e sabemos qual objetivo precisamos atingir, devemos, então, elaborar um plano, estabelecendo uma estratégia que nos permita chegar ao que nos propomos. Isso é o que significa organizar a pregação.
              Uma mensagem, mesmo sendo muito boa, se desvirtua, se não está bem organizada, isto é, ela se perde numa pregação desorganizada. A organização da mensagem é como a tática que se deve seguir para ganhar uma partida de futebol. Pode-se jogar somente dando pontapés na bola; porém, as equipes que conquistam o título são as que têm as melhores estratégias. Um bom técnico encontra o lugar de cada jogador e integra sua equipe com os melhores elementos, que se entendem uns com os outros. Portanto, “chutar” elementos, sem o mínimo de organização, não produz efeito nenhum.
              Existem diversas maneiras de se organizar uma pregação. Adotaremos a divisão clássica: exórdio, desenvolvimento e conclusão.
1º) O Exórdio:
              a) Introdução: tem como objetivo animar o auditório para ouvir o que irá ser pregado. Visa captar a atenção de todos e fazer com que se sintam privilegiados por estarem ali.
              b) Motivação inicial: é a exposição geral do tema a ser pregado. Pode ser feita através de uma citação bíblica, não devendo ser longa. Deve conter um plano abrangente da pregação com três idéias, no máximo, para evitar dispersão e confusão.
2º) O Desenvolvimento:
              É o corpo da pregação, sua parte mais longa. Nesta parte da pregação, as idéias expostas anteriormente são trabalhadas uma a uma, buscando formar um “todo” compreensível ao auditório. Compõe-se de:
a) Enunciado: continuidade da motivação inicial. Deve conter de forma precisa e breve toda a mensagem que se quer dar.
b) Argumentação: explicação do que se deseja, alinhando argumentos que confirmam a mensagem, argumentos esses bíblicos, teológicos, filosóficos e vivenciais.
c) Aplicação: é a parte que valoriza a mensagem, pois o pregador inclui o auditório na pregação que está fazendo. A aplicação deve familiarizar, socializar, eclesializar e personalizar, levando a pregação a se “encarnar” na vida dos presentes, tornando-se próxima de cada ouvinte. Deve conter exemplos que tornam possível o que se fala (encaixa-se aqui o testemunho pessoal).
3º) A Conclusão:
              Muitas vezes uma pregação é salva por uma boa conclusão. Ela compõe-se de:
a) Resumo: reúne os temas pregados dando uma visão geral. Deve ser o “gancho” para o imperativo.
b) Imperativo: exortação final que contém: desafio, exortação e chamamento. Deve provocar uma atitude do auditório em relação ao que se pregou.
c) Oração final: feita na orientação do imperativo para que a Palavra seja eficaz já naquele momento. Pode-se pedir atitudes concretas. É Deus quem age.

2 – A INSPIRAÇÃO
                  Considerando-se que a pregação é um mistério sobrenatural, deve-se contar com a graça de Deus para realizá-la.
                  A inspiração (unção) se traduz na vida interior do pregador, por isso, ele deve estar atento ao sopro do Espírito e erguer suas velas nessa direção. O pregador não deve caminhar além daquilo que foi preparado, rezado e inspirado.
                  “Também eu, irmãos, quando fui ter convosco, não fui com o prestígio da eloqüência nem da sabedoria anunciar-vos o testemunho de Deus. Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. A minha palavra e a minha pregação longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria; era, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino, pra que vossa fé não baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1 Cor 2,1-5).