ARAUTOS DA SALVAÇÃO - Ai de mim se não evangelizar

TEMA 9: A CLASSIFICAÇÃO DA MENSAGEM

Classificar a mensagem significa definir o tipo de pregação que se vai usar. De acordo com as circunstâncias e o processo de conversão do auditório, se escolhe a direção da mensagem. Animar os deprimidos não é o mesmo que corrigir os extraviados. Um chamado à conversão é diferente de um ensinamento doutrinal.
               O pregador precisa saber qual a necessidade da comunidade naquele momento para que a semente lançada através de sua pregação dê o fruto adequado. Precisa-se conhecer a realidade para responder exatamente a ela. De outro modo, o pregador ficará disperso, “dando tiros para todo o lado” sem nada atingir.
               A Palavra de Deus é tão rica que caímos na tentação de tomar o mesmo texto para dar várias mensagens ao mesmo tempo, sem concluir nada. O melhor é enfocar todos os esforços num só ponto, tendo o cuidado de que a pregação não seja pesada, confusa, com excesso de mensagens, para que, ao terminar, não se saiba do que se falou.
               Se queremos que as pessoas se identifiquem com a mensagem, primeiro devemos classificá-la, pois, elas não saberão do que se fala, se o próprio pregador não souber.
               A técnica consiste em:
               a) Decidir que tipo de mensagem se vai dar, de acordo com o auditório.
               b) Enfocar nessa linha toda a pregação (textos, exemplos, perguntas, etc.)
               Existem os seguintes tipos de mensagem:
            - Chamamento-: mensagem de convite para aproximar as pessoas de Deus, mediante a apresentação de Suas riquezas – o quanto Ele é bom, misericordioso, justo, compassivo; Seu amor incondicional e irrevogável. Is 55, 1-6; Ex 18; Sal 27 são passagens que nos ajudam nesta linha.
           - Evangelização-: mensagem de salvação em Jesus. Mostra a sua morte e ressurreição, o poder de salvação que somente Ele tem e a escuridão da vida sem Jesus. Tem como objetivo mostrar às pessoas que não existe outro Salvador, mas o único é Jesus. Os casos de Madalena (Jo 8,1-11) e o bom ladrão (Lc 23,39-43) são típicos desta mensagem.
            - Conversão-: mensagem que insiste na resposta do homem à Salvação em Jesus, ao mesmo tempo que o exorta a creditar com confiança e entregar-se inteiramente. Vide Lc 7,36-50; 19,1-10, At 2,38-39 e Ap 3,20.
               - Catequese-: é usada quando se quer dar um sólido ensinamento de doutrina ou moral. Quando quer se falar das verdades contidas no Credo, ou dos ensinamentos da fé, necessita-se da pregação catequética. Vide Hb 5,13.11
               - Espiritualidade-: mensagens que nos chamam à intimidade com o Senhor, à oração, à união e permanência n’Ele, lembrando-nos que d’Elen dependemos inteiramente. Jo 15,1-17.
         - Compromisso-: mensagens que levam as pessoas a responderem concretamente, decidindo-se a servir aos demais. Esta pregação se dirige na linha do amor: atitudes de compreensão, amabilidade e bondade com os outros. Geralmente se fala das obras de misericórdia, serviços e ministérios que nos permitem estar disponíveis para os demais. 
               - Apologética-: ajudam a descobrir os erros doutrinais com respeito à fé. Estas mensagens contêm argumentos sólidos para assinalar o erro e mostrar a verdade, implantando o Reino na mente e no coração dos ouvintes. Exemplos: textos bíblicos que provam a divindade de Jesus: Jo 1,1; 20,28; Col 1,19; Tt 2,19;  1Jo 5,20; textos que explicam o significado dos “irmãos” de Jesus: Lc 8,19; Gn 11,27; 13,8.
               - Fortalecimento-: mensagens que a acendem o ânimo, renovam o entusiasmo pela vida, destinadas a levantar os caídos e fortalecer os passos daqueles que vacilam. Para isso, deve-se citar passagens que demonstram que o poder de Deus está do nosso lado e que nos ensinam a sabedoria do alto.
               - Impacto-: Também chamadas de quebrantamento, são mensagens que sacodem e despertam o auditório, dirigindo-se aos que se desanimaram pelo caminho.
               Se tudo que o pregador faz é para a glória de Deus, então, seu procedimento deve ser assim:
·    Primeiro uma “análise do solo”: discernir o que a comunidade necessita. Para isso, falar com os dirigentes, e perguntar-lhes do processo desta. Parte-se da realidade para responder precisamente a ela. Não se trata do que o pregador quer pregar, mas de pregar o que a comunidade precisa ouvir.
·   Em seguida, seleciona-se o tipo de mensagem, aquele que é oportuno para o momento, pois, atende a necessidade da comunidade.
·   Deve-se evitar falar ao auditório de tudo o que deveria escutar ao longo do ano, como por exemplo, o dízimo que está pouco, a construção da nova Igreja, a rija beneficente, etc. Isto seria como colocar num prato ensopado de frango, sardinha, marmelada e café para oferecer a alguém. Não tem como digerir tudo ao mesmo tempo e tudo se perde.