Classificar a mensagem significa
definir o tipo de pregação que se vai usar. De acordo com as circunstâncias e o
processo de conversão do auditório, se escolhe a direção da mensagem. Animar os
deprimidos não é o mesmo que corrigir os extraviados. Um chamado à conversão é
diferente de um ensinamento doutrinal.
O
pregador precisa saber qual a necessidade da comunidade naquele momento para
que a semente lançada através de sua pregação dê o fruto adequado. Precisa-se
conhecer a realidade para responder exatamente a ela. De outro modo, o pregador
ficará disperso, “dando tiros para todo o lado” sem nada atingir.
A
Palavra de Deus é tão rica que caímos na tentação de tomar o mesmo texto para
dar várias mensagens ao mesmo tempo, sem concluir nada. O melhor é enfocar
todos os esforços num só ponto, tendo o cuidado de que a pregação não seja
pesada, confusa, com excesso de mensagens, para que, ao terminar, não se saiba
do que se falou.
Se
queremos que as pessoas se identifiquem com a mensagem, primeiro devemos
classificá-la, pois, elas não saberão do que se fala, se o próprio pregador não
souber.
A
técnica consiste em:
a) Decidir que tipo de mensagem se vai
dar, de acordo com o auditório.
b)
Enfocar nessa linha toda a pregação (textos, exemplos, perguntas, etc.)
Existem
os seguintes tipos de mensagem:
-
Chamamento-: mensagem de convite para aproximar as pessoas de Deus,
mediante a apresentação de Suas riquezas – o quanto Ele é bom, misericordioso,
justo, compassivo; Seu amor incondicional e irrevogável. Is 55, 1-6; Ex 18; Sal
27 são passagens que nos ajudam nesta linha.
-
Evangelização-: mensagem de salvação em Jesus. Mostra a sua
morte e ressurreição, o poder de salvação que somente Ele tem e a escuridão da
vida sem Jesus. Tem como objetivo mostrar às pessoas que não existe outro
Salvador, mas o único é Jesus. Os casos de Madalena (Jo 8,1-11) e o bom ladrão
(Lc 23,39-43) são típicos desta mensagem.
-
Conversão-: mensagem que insiste na resposta do homem à Salvação em Jesus,
ao mesmo tempo que o exorta a creditar com confiança e entregar-se
inteiramente. Vide Lc 7,36-50; 19,1-10, At 2,38-39 e Ap 3,20.
-
Catequese-: é usada quando se quer dar um sólido ensinamento de doutrina ou
moral. Quando quer se falar das verdades contidas no Credo, ou dos ensinamentos
da fé, necessita-se da pregação catequética. Vide Hb 5,13.11
-
Espiritualidade-: mensagens que nos chamam à intimidade com o Senhor, à
oração, à união e permanência n’Ele, lembrando-nos que d’Elen dependemos
inteiramente. Jo 15,1-17.
-
Compromisso-: mensagens que levam as pessoas a responderem concretamente,
decidindo-se a servir aos demais. Esta pregação se dirige na linha do amor:
atitudes de compreensão, amabilidade e bondade com os outros. Geralmente se
fala das obras de misericórdia, serviços e ministérios que nos permitem estar
disponíveis para os demais.
-
Apologética-: ajudam a descobrir os erros doutrinais com respeito à fé.
Estas mensagens contêm argumentos sólidos para assinalar o erro e mostrar a
verdade, implantando o Reino na mente e no coração dos ouvintes. Exemplos:
textos bíblicos que provam a divindade de Jesus: Jo 1,1; 20,28; Col 1,19; Tt
2,19; 1Jo 5,20; textos que explicam o
significado dos “irmãos” de Jesus: Lc 8,19; Gn 11,27; 13,8.
-
Fortalecimento-: mensagens que a acendem o ânimo, renovam o entusiasmo pela
vida, destinadas a levantar os caídos e fortalecer os passos daqueles que
vacilam. Para isso, deve-se citar passagens que demonstram que o poder de Deus
está do nosso lado e que nos ensinam a sabedoria do alto.
-
Impacto-: Também chamadas de quebrantamento, são mensagens que sacodem e
despertam o auditório, dirigindo-se aos que se desanimaram pelo caminho.
Se
tudo que o pregador faz é para a glória de Deus, então, seu procedimento deve
ser assim:
·
Primeiro uma “análise do solo”: discernir o
que a comunidade necessita. Para isso, falar com os dirigentes, e
perguntar-lhes do processo desta. Parte-se da realidade para responder
precisamente a ela. Não se trata do que o pregador quer pregar, mas de pregar o
que a comunidade precisa ouvir.
·
Em
seguida, seleciona-se o tipo de mensagem, aquele que é oportuno para o momento,
pois, atende a necessidade da comunidade.
·
Deve-se
evitar falar ao auditório de tudo o que deveria escutar ao longo do ano, como
por exemplo, o dízimo que está pouco, a construção da nova Igreja, a rija
beneficente, etc. Isto seria como colocar num prato ensopado de frango,
sardinha, marmelada e café para oferecer a alguém. Não tem como digerir tudo ao
mesmo tempo e tudo se perde.